Oque é Fisioterapia Respiratória ?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Reabilitação Pulmonar: maior disposição no dia a dia


Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de portadores de doenças respiratórias crônicas, centros de reabilitação aumentam a participação social do paciente

Um Programa de Reabilitação Pulmonar (PRP) consiste em uma intervenção terapêutica multiprofissional de cuidados a pacientes com doenças respiratórias crônicas e consequente limitação para realizar atividades diárias.

Segundo dr. Oliver A. Nascimento, diretor-científico da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o paciente recebe tratamento integrado e individualizado a fim de melhorar sua capacidade funcional e reduzir hospitalizações, visitas ao médico e os custos financeiros no tratamento da doença.

Embora a maior parte dos estudos com PRP tenha sido realizada com portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), pacientes com outras doenças respiratórias também podem ser beneficiados. Segundo dr. Oliver, a inclusão do paciente no programa de reabilitação não é indicada apenas para os pacientes com grau mais avançado da doença pulmonar.

“Estudos recentes demonstraram que pacientes com DPOC com grau mais leve da doença já apresentam alterações sistêmicas, o que corrobora com a ideia de encaminhá-los o mais precocemente possível aos programas de reabilitação pulmonar”, explica.

Para ser incluso em um centro de reabilitação, o paciente deve passar por uma avaliação clínica para avaliar a gravidade da doença e se alguma co-morbidade oferece risco na realização dos exercícios físicos prescritos. No geral, é avaliada a limitação de cada indivíduo e, com base nisso, elaborada a forma de tratamento.

Trabalho de equipe

A equipe multiprofissional de um PRP normalmente é composta de pneumologistas, fisioterapeutas, educadores físicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais.

Independentemente da gravidade da doença, diversos benefícios são obtidos com o programa, que possui várias modalidades. “Para aumento da capacidade de exercício e melhora na habilidade em realizar atividades do cotidiano, são realizados treinos físicos; para diminuição de sintomas respiratórios, é indicada terapia medicamentosa e oxigênio; o aconselhamento psicológico é utilizado para a redução da ansiedade e, em certos casos, também da depressão”, explica o especialista.

Segundo ele, é importante deixar claro que a reabilitação pulmonar é um tratamento complementar, e não deve substituir a medicação.

Vitória da Fisioterapia brasileira


O Diário Oficial da União publicou, no dia 25 de fevereiro, a nova redação para as normas técnicas de unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A vitória, comemorada por todos os fisioterapeutas, foi uma conquista da Sociedade Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (ASSOBRAFIR), em parceria com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO).

A resolução dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva de várias áreas, dentre elas a da Fisioterapia. A partir desta resolução será obrigatório, na UTI, a presença de um coordenador da área de fisioterapia com especialização em terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente grave, de acordo com a modalidade de atuação (adulto, pediátrica ou neonatal). A resolução também estipula o número mínimo de um fisioterapeuta para cada 10 leitos nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação. 

O presidente do Coffito, Roberto Cepeda, ressalta a importância dessa conquista. “Com essa resolução o sistema de saúde diminuirá o tempo de internamento dos pacientes em UTIs, reduzindo o custo dispensado com saúde e valorizando os profissionais, além de oferecer cada vez mais qualidade no atendimento a população.”, afirma Cepeda

Segundo a doutora Sara Menezes, diretora presidente da ASSOBRAFIR, essa vitória é um reconhecimento da competência e respeitabilidade da profissão, visto que a presença de um coordenador especialista nas UTIs irá propiciar a atuação da fisioterapia baseada em indicadores de qualidade e protocolos baseados em evidência científica, aliados a conhecimentos de gestão. “Todas essas estratégias irão proporcionar as estatísticas e evidências necessárias para vitórias futuras”, afirma Menezes
Roberto Cepeda aproveita a oportunidade para parabenizar a ANVISA por ter atendido esse pleito, que é de suma importância para a população e de extrema necessidade para a categoria. 

Contexto histórico:

No dia 1º de julho de 2009, em Brasília, a ASSOBRAFIR juntamente com outras associações, participou da solenidade de assinatura de convênio com o COFFITO, para formatação de novos parâmetros e critérios para formação do especialista. No mesmo mês, o Conselho convidou a ASSOBRAFIR, para, juntos, discutir o novo regulamento técnico que estabelece os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que foi elaborado pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

No dia 30 de julho de 2009, reuniram-se no prédio da ANVISA representantes do COFFITO, AFB e ASSOBRAFIR para iniciar discussões sobre a participação do profissional fisioterapeuta na nova resolução sobre os requisitos mínimos pra funcionamento das UTIs. Após essa reunião, a ASSOBRAFIR elaborou o documento, que foi chancelado por todas as associações envolvidas, no qual justificava suas solicitações a partir de evidências científicas e enviou a ANVISA.

Este é apenas um pequeno, porém, valoroso e definitivo passo no longo caminho do reconhecimento das especialidades. Juntos, COFFITO e associações científicas irão construir uma Fisioterapia cada vez mais forte e respeitada.

http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=1792&psecao=7